PATO, O PATRÃO E OS PASSARINHOS
Fevereiro de 2004; era carnaval mas já se vivia o clima pré-eleitoral. Pato (apelido de um cidadão simples e trabalhador) estava tomando umas gororobas com o patrão; um desafeto do então prefeito Luizinho que promovia a folia para turbinar sua reeleição.
Na carroceria da caminhoneta o som estava nas alturas. O patrão de Pato resolveu então discursar, soltando pilhérias para o prefeito. O delegado querendo mostra serviço, manter a ordem e tudo mais, mandou baixar na hora.
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Baixa! Num baixo... Baixa! Num baixo... – "Teje preso". Bradou a autoridade, acabando a festa. Pato ficou encapelado. Foi a delegacia prestar solidariedade ao patrão. Bastou botar o pé na porta, recebeu voz de prisão por "desacato". - Já para a cela. Pronto.
Presos, Pato e o patrão só faziam chorar sob olhar dos aprisionados.
Pela manhã. Passado o efeito do álcool, e já alforriado, Pato correu pra casa e a primeira coisa a fazer foi soltar seus passarinhos. Abriu as portas das gaiolas e sentenciou:
– Podem voar. Vocês não fizeram nada pra tá preso!
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