Diversos historiadores e pesquisadores afirmam que o pico do Cabugi, o único vulcão extinto no Brasil que conserva sua forma original, foi o ponto que os primeiros portugueses que chegaram ao país avistaram em 1500, um fato que por séculos é atribuído ao Monte Pascoal, na Bahia.
Talvez você se lembre de que, nas aulas de história do Brasil, os professores e os livros contavam que a primeira coisa que os portugueses avistaram quando estavam chegando ao país foi o Monte Pascoal, lá na Bahia. Pois é… talvez não seja bem assim.
Alguns historiadores acreditam que esse não tenha sido o Monte avistado pela tripulação de Pedro Álvares de Cabral, e sim um vulcão inativo chamado Pico da Cabugi, no Rio Grande do Norte.
Um dos primeiros a escrever sobre essa teoria, que “reescreve” um pedaço da nossa história, foi o pesquisador Lenine Barros Pinto, da Universidade Federal de RN, no livro “Reinvenção do Descobrimento”. Outro defensor da tese é o engenheiro civil e investigador Manuel Oliveira Cavalcanti, autor de “1500: de Portugal ao saliente Potiguar”.
Como essa teoria surgiu?
A partir dos registros dos navegantes que chegaram em solo brasileiro, lá no dia 22 de abril de 1500, os governos de Portugal e do Brasil fizeram uma expedição comemorativa conjunta no ano 2000.
A ideia foi que os navegantes usassem a rota, condições e equipamentos similares aos utilizados pela trupe de Cabral.
Pois bem. Foi o que eles fizeram. E onde eles chegaram? Não foi na Bahia, lá perto do Monte Pascoal, mas no Rio Grande do Norte, perto do Pico da Cabugi.
“Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome — o Monte Pascoal”, afirma a carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei de Portugal.
Essa descrição pode se encaixar tanto no Monte Pascoal, quanto no Pico da Cabugi.
“Existe ainda outro argumento geográfico. No mapa português, consta que eles navegaram duas mil léguas ao Sul do país para colocar o segundo marco. A distância é a mesma do Rio Grande do Norte a São Paulo”, explica o Olhar Digital. Se o marco estivesse na Bahia, em Porto Seguro, o segundo marco estaria na Argentina.